Se me abrissem, não encontrariam nada além da escuridão. E sangue.
Estou fadada a sangrar, e sabes, amor, nem quero mais.
E se sangrasse, seria pra longe.
Sangraria pra longe de mim, pra outra metade.
E alguém enxergaria aquilo como sangue?
Preto, preto, preto não é sangue.
Quero amputar essa minha parte deficiente.
Essa parte que me, me, me.
E nem a pata de elefante eu sinto mais...
Até parece que é vida-morte.
Só hoje morri quinze vezes, acreditas?
Ou pra mais disso, não contei.
Mas morri e morri de novo.
E nem dói, sabias?
Nem sentes.
Olhos, teus olhos, nem sentiriam.
Eu me evaporaria em frente a eles e nem notarias.
Nem lembrarias algum dia dos meus, os meus olhos.
A mais tênue lembrança seria tomada como sonho.
Pois agora quem não existe sou eu.
E nessa minha não-existência, vou não-sendo até a eternidade.
Como suportas ser tão?
E de tão, me fascinas.
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
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