segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Mentira

O que é um nome senão uma jaula? Que é isto a que te restringes e é e pronto? E o que acontece com a vontade de experimentar outros nomes, outros corpos? Porque um nome, já não basta um rosto?
Pro rosto, a máscara; e ao nome? a borracha?
E à sua história, a matança?

Um nome é a jaula dos sãos. Estes loucos por águas calmas e constância e constância e constância. Impossível libertar-se; ao nascer, já nasces preso. E existe injustiça ou crueldade maior?

E se afogar,
afogar,
afogar;
e apagar, escrever,
apagar, escrever,
apagar, reescrever,

carne, coração,
nomes não sangram: choram.
e desaguam na boca, e riem mentiras;
não grudam, não ficam, não lembram.
nomes corroem e repintam,
tão iguais, tão iguais.

o nome é a máscara da alma.

a fraqueza pulsante em continuamente desejar a vida.




quarta-feira, 5 de setembro de 2007

7 anos

Às vezes, queria ser gente. Sentado na varanda da casa, olhava o gato no chão, gordo demais para andar, sentindo o calor do sol quente daquele mês. Fechou os olhos e levantou a cabeça em direção ao sol. Vermelho. Abriu os olhos e contemplou: o vazio o enchia de conforto.

domingo, 2 de setembro de 2007

Hoje senti falta da minha infância. E lá foi como outra vida que vivi. E quando visito os lugares que são próprios dela, é quase como uma intrusão. É quase como sujar o pano branco e esconder para ninguém ver. Na outra vida que vivi, fui uma. Agora sou outra? Mas os resquícios existem. E eles respiram comigo.