quarta-feira, 13 de julho de 2011

Alto

Não tenho medo. Só tenho amor. Por que sempre que encontro comigo é um pranto? Só tenho amor. Botei dentro de uma caixinha, de lembrete. É meu segredo com o mundo: nasci e vou morrer amor. Morrer é encontrar o amor. É encontrar 13 pessoas em uma sala pequena de paredes pretas esperando por um combi. “O que você vai levar quando partir? As pessoas.” As pessoas cheias de amor. Que me alimentam. De quem sou. Sou todas essas pessoas. Nasci para servir essas pessoas. Nasci para o amor.

Não tenho medo porque há uma lua que não falha em meio a tempestade. Não tenho medo porque meu amor é mais forte que água. Não tenho medo porque se Deus é amor, então sou eu e dentro de mim, e tudo que envio e recebo. Não tenho medo de pairar sem corpo no ar, porque me resta o amor consciente.

Não tenho medo de lavanda. Me revelo no metrô, na rua. Olhos curiosos me encontram. Me revelo no brinde, na sinceridade. Sempre fui sincera. Porque amor tem que ser assim. Me perdi pra encontrar. O amor. Me confundi para descobrir. O amor. Sinto tanta dor de cabeça de amar. De sentir mesmo, não de doer.

Forte. Poderosa. Bonita. Perfumada, com flores. Sou um amor de tarde preguiçosa na rede, quando vem chegando o pôr-do-sol. Por que sempre que encontro o amor em mim é um pranto?

Além. Qualquer letra vai ser amor. Ponto, fungada, cheiro ou fedor: é tudo amor que sai de mim. Porque não tem cabimento tanta sinceridade e entrega dentroTem que ser ao avesso. Do avesso para todos os lados. É muito mais do que qualquer coisa. Sinta. O nó. A falta. Aquela tara irrefreável. Meu Deus, ou meu amor?, é tudo você! Você. Eu. É isso. Para dentro de nós: ao amor.

terça-feira, 8 de junho de 2010

pretérito futuro

"Estou tentando e conseguindo esquecer-me de mim mesmo, de mim minutos antes, de mim esqueço o meu futuro."

De mim eu fui e só volto quando quiser. É porque eu fui e quem foi não voltarei. Eu fui sem me pedirá e me esqueço de me perguntei se precisasse mesmo da volta, se pra onde iria fui de novo pra mim. Eu perderei o que foi? Mas se foi me perdi.

domingo, 11 de abril de 2010

zambi

Porque sou o princípio e o fim de tudo em mim.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Onde eu coloco essa raiva de não me entender mais nem um pouquinho? Só quero cuidado.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Escuro

Quando sentia aquelas vontades que vinham encher seus olhos e depois de um instante passavam, pensava em como ele não entenderia nada daquilo. Ele olharia, atencioso, como o bom rapaz que sempre foi, iria até estender a mão, quem sabe, em um ato novo de atitude, mas nunca entenderia. Nem ela. De onde brotava aquela raiva por tudo aquilo que ela via sem saber? Aquelas coisas que apareciam na frente dela sem ela pedir. Aqueles nomes, aquelas cores, aquelas similaridades. Ele crê em quê? Ele quer o quê? Do que ele fala? Pra onde quer ir?
Achava que se passasse a viver assim, na marola, pegando a rebarba que ele deixava, que tudo bem. Porque era ele. Sabia que se encasquetasse de se rebelar contra o silêncio seria o caos total. Aí sim, ele dava o fora na hora, não aguentava o tranco. E ele lá era homem de dar o fora? E ele lá era homem?
Criou a teoria de que: "homens mesmo: tá difícil". Depois riu. Quanta besteira! Queria esbugalhar ele todo, apertar todinho, que raiva, raivinha, daquelas bem mesquinhas que ficam fofocando da vida alheia. Mediocrezinha. E apertava com força mesmo, quem sabe saía sangue daquele olho que não falava nada, daquele coração que não sabia de nada, daquelas veias todas pútridas de noite-após-noite-não-tenho-nada-com-você.
Que homem feio, meu deus. Ela queria criticar tudo. Todo o jeito de ser, de sentir, de falar, de correr, de dançar, de tudo. Vamos acabar com essa palhaçada: tem que ser perfeito assim e pronto. E ele sem entender, coitado. Sem entender o pouco caso dela, a falta de qualquer coisa que fosse pra ter no lugar daquilo. Coitados. Nenhum dos dois entendia. Nenhum dos dois sabia da grande mentira que as pessoas passaram a vida toda inventando.
Levantaram assim, devagar, com preguiça, cansados de si, cansados um do outro. Ele olhou aquela pele e pensou que pele era um negócio engraçado. Engraçado esse negócio de tocar, ele pensou. Depois pensou que estava pensando como ela. E pensou que quando a cabeça acaba sendo uma só, o coração acaba esquecido. Pensou que isso não fazia sentido. Pensou que sabia que nada daquilo, nada, nem por um minuto, tinha valido a pena. Mas ela se mexeu. Mas ele sentiu.
Leu a letra podre de covardia, cansaço, vou-ou-não-vou dele. Dizia que não queria mais não entender. Que queria achar uma mulher e assistir um filme bonito com ela e só. Sem todo aquele peso depois. Ela agradeceu e recebeu a leveza com coragem.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Há tanto em mim que desconheço... a fala me surpreende e a respiração insistente é um mistério. Alheia de mim, eu me comando. Ao mesmo tempo navegante, ao mesmo tempo capitã. De que destino?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Ainda tenho o direito ao grito?