sábado, 25 de agosto de 2007

It sucks to be me.

Essa frase tava escrita no botton de uma garota (devia ter seus 20 e poucos anos) que servia no bar no intervalo d'O Fantasma da Ópera, na Broadway. Ela chamou minha atenção. Lembrei dessa frase hoje e, consequentemente, dela. Me senti impotente ao ler aquilo. O que ela queria que eu fizesse? Não consegui comprar nada e voltei pro meu lugar.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Palavra calada.

Ódio a todas as mães que não nasceram pra ser mães. Àquelas que no fundo, no fundo, queriam mais é que não tivessem parido seus filhos. Ódio aos pais ausentes, esses incompetentes que vagueiam por terra como alma penada. Ódio aos avôs com suas onças e micos-leão-dourados. E às avós, mal-acostumando com amor. Ódio a tios e tias, tão frígidos, fingidos, loucos. Ódio a quem te enxergou crescer e esqueceu de te ver. Porque dói, e não queremos mais.

Solidão.

Nesses momentos, se movia lentamente e fazia tudo com cuidado. Enxugava o rosto com cuidado, para a pele não cair. Pisava com cuidado, para o chão não afundar. Tocava com cuidado, como se cada toque fosse o aviso iminente de que se quebraria. E falar era inimaginável. Se olhava profundamente ao espelho, sentindo o morno cair pelo rosto. Ah, mas se pelo menos alguém a visse... Ali, tão bonita, tão serena, tão ela. Laura chorava, sem saber o porquê. E chorava.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Uma e outra, as duas.

Laura era a mulher mais linda do mundo quando estava triste. Era a mais forte. A mais poética. E sabia. E sentia um fascínio por sua tristeza, porque a sua, diferente das outras, a trazia conforto. Laura se sentia cheia, completa, não sentia a falta. Se sentia irredutível, mulher, sábia, bonita. Sussurrava com sua alma e se sentia viva. Naquele momento, o mundo olhava pra ela, de um jeito completamente desconhecido. E se na presença de outros ela desejasse expressar seu carinho pela tristeza, tratava logo de se repudiar. A tristeza era dela e só ela. E só para ela e só com ela.