domingo, 30 de agosto de 2009

O que eu não entendo

São os braços sem abraços. As bocas tão perto sem carícias. A dança sem motivo. A risada despeitada. A conversa com outra. O ter sido e não ser mais. O não ter sido nada. Não entendo. Que é? Que sou? Me perdi?
Porque distraída de mim. Carente porque enebriada de coisas que não me pertencem mas penso pertencer a elas. Olha... Ah, não, olha... Me mostra algo que eu possa seguir e seja certo. Me diz que é essa a frase correta e o gesto definido. Me ensina um amor que sonhei e fala que a vida não é assim, pura desilusão.

domingo, 9 de agosto de 2009

"Mas agora eu percebi que você não passa de um espaço aberto pela multidão. Eu não vou mais lhe procurar, o meu caminho é um só e eu preciso seguir. Atento, em frente, distante de tudo que possa me levar ao mal. Eu vou seguindo além dos arranhões, colocando sal nas feridas e esperando o tempo que o tempo demora para curar."

China, no dia dos pais.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Menor. Pouca. Insuficiente. Me descuido com o olhar e atravesso pelos outros, vendo o que talvez nem seja. Atravesso pra longe de mim e acaba o carinho por mim. Menor que poderia ser, ainda pouca perto deles, ainda insuficiente perto de tudo. Calma, deixa eu voltar.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ah, é?

Não quero pagar de feliz coisa nenhuma. Não quero sorrisos prontos, cabelos perfeitos e amizades intocáveis. Nunca entendi isso, nunca foi meu. Queixas banais, vida pouca, felicidade inata. Tudo isso sempre foi bem distante de mim, é sério.
Não quero pagar de deprimida, coitadinha, vítima. Já fiz, já disse, é verdade. Mas minha cadeira de balanço pende mais pra esse lado. Se é a angústia que eu conheço melhor ao invés do alívio, é porque sempre foi minha. Se é a sensação de falta ou a incompreensão, é porque sempre foram minhas.
Tem menininhas e menininhas. Eu tendo a crer que nada é isso ou aquilo. Sorrisos afetados não querem dizer nada. Lágrimas estampadas, muito menos.
Eu conheci a felicidade agora, sem pedir. Sabe aquela coisa leve de verdade, acho que deve ser isso a felicidade. Eu conheci porque aprendi. E sinto raivinha mesmo dessas pessoas que vão caminhando por aí já sabendo, como se pra ser feliz bastasse nascer. Porque não é assim, não pode ser.
Vai ver no fim sou daquelas menininhas meio medíocres-não-assumidas. Que não diz nada, ou comenta alguma coisa maldosa. Não pra se assumir. Porque me assumir é coisa pra mim, já disse, e é difícil, bastante. Não pra ser superior. Porque não preciso disso, quem precisa? Mas, sabe, só pra alfinetar com a descrença nessa facilidade... só pra me alfinetar e ver que nasci torta, pendendo pra complicação.