daí eu sinto uma ânsia de dizer qualquer coisa só pra sair tudo de mim sair de mim um pouco como se vomitasse como se um texto fosse vômito como se me salvasse e eu entendo que talvez seja ânsia de liberdade porque não sou livre eu sou uma prisão em mim mesma isso sim e quero esquecer das emoções da esperança de esperar alguma coisa qualquer coisa da mudança de esperar e esperar
de repente eu não quero mais saber eu sinto falta de mim sinto falta de viver pra dentro sinto muita falta não quero mais sair nem beber nem ver ninguém nem ouvir quero viver nessa prisão encarcerada naquilo que eu chamo de porto minha solidão é meu porto e é difícil largar é difícil dividir esquecer a solidão
é difícil encontrar alguém que aceite a tua solidão e te deixe ser assim como que só de te olhar já soubesse tudo o que nem tu sabes que viagem isso não existe eu queria dar um basta
a gente sempre espera porque acho que é o que ser gente é
e daí ficamos todos inquietos e fazemos nascer coisas dentro e fora de nós nasce tudo e matamos depois como castelos de areia construir as fantasias e depois demoli-las isso cansa isso gasta isso derrota isso marca isso sou eu não quero mais mas isso existe e o que eu tenho feito é falado tenho quebrado o silêncio dentro de mim porque sou inquieta porque não aguento mais esperar
e deu certo as coisas acontecem aconteceram estão acontecendo mas agora não sei o que fazer com essas coisas todas quer saber acho que meu porto se perdeu
terça-feira, 21 de abril de 2009
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