sábado, 28 de novembro de 2009

Das coisas que permanecerão não-ditas

Acho que toda vez que eu for lembrar de ti, vou lembrar assim, de ti todo iluminado pelo sol que me cegava. Vou lembrar de ter descoberto as tuas sardas e do modo como os teus cílios enfeitam o teu rosto. Vou lembrar dos pêlos da tua cara e do contato natural que tens comigo. Eu vou lembrar de que o que é bonito em ti não são os olhos verdes, mas esse sorriso de moleque. Vou lembrar dos teus braços bonitos (porque ainda bem que eles são bonitos, eu gosto assim). Vou lembrar que tu suas muito quando bate a menor evidência de calor, mas que isso não me incomoda. Vou lembrar de como essa beleza toda não me assusta mais, porque em ti eu vejo um bicho manso. Vou lembrar que eu fechei os olhos pra entender que o tempo pode me trazer mais de ti, e que, na verdade, eu não sei bem o que é tudo isso. Vou lembrar que tu és uma surpresa engraçada, porque não sei quem tu és. Vou lembrar dessa ingenuidade que transparece, que parece mentira, que parece te afastar de qualquer pista sobre mim. Eu vou lembrar das tuas músicas piegas e da esperança de algum dia poder te deixar triste ao dizer, sinceramente, que não gosto delas. Mas eu só vou lembrar de tudo isso quando ler esse texto, porque não sei o quanto vais demorar em mim pra eu saber que vou esquecer dos detalhes desse projeto de nós dois.

3 comentários:

Anônimo disse...

Essa última frase descreve todos os meux textos sobre todas as pessoas que já delatei em palavras.

Mas é um texto muito bonito de se ler, sentimentos lindos e uma descrição tão cheia de sentimentos...

só espero que tudo que aconteça, aconteça da melhor forma. ;)

beijos

. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

não sei porquê pus entre aspas... gesto inconsciente, por trás deve haver uma explicação...

(devaneios de uma estudante de psicologia, desculpe. hauihau)


eu acho que o que cabe na gente a gente vai construindo, mas como se eu não consigo deixar quem eu era?