segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Mentira

O que é um nome senão uma jaula? Que é isto a que te restringes e é e pronto? E o que acontece com a vontade de experimentar outros nomes, outros corpos? Porque um nome, já não basta um rosto?
Pro rosto, a máscara; e ao nome? a borracha?
E à sua história, a matança?

Um nome é a jaula dos sãos. Estes loucos por águas calmas e constância e constância e constância. Impossível libertar-se; ao nascer, já nasces preso. E existe injustiça ou crueldade maior?

E se afogar,
afogar,
afogar;
e apagar, escrever,
apagar, escrever,
apagar, reescrever,

carne, coração,
nomes não sangram: choram.
e desaguam na boca, e riem mentiras;
não grudam, não ficam, não lembram.
nomes corroem e repintam,
tão iguais, tão iguais.

o nome é a máscara da alma.

a fraqueza pulsante em continuamente desejar a vida.




Um comentário:

Sartorato disse...

Se eu fosse a Maria Rita, roubava a sua poesia pra musicar - imitando a mãe, claro.