quinta-feira, 10 de abril de 2008

Me descubro em buraco negro.
E me suga, me engole, me seduz.

Diz-me: serei eu feita dele
ou será ele desde sempre feito em mim?

Cego, estremeço, uivo:
minha alma em rebuliço!
Mas que rebuliço!
Já és estimado, querido breu.

E se eu contasse, se assustariam?
Quem no mundo poderia se reconhecer em mim,
pois que não me reconheço?

Me perco, mergulho e sangro.
Sangro pra dentro de mim mesma desta vez;
e tomo cuidado para não exalar a putrefação.
Eu sou um labirinto.

2 comentários:

Anônimo disse...

a cadencia das palavras mira
as esrelas além
do vácuo estranho, habitante
do caos pertinente, constante
se não vê-te em ninguém
seca o rosto
limpa as lágrimas
e percebe que o buraco que te engole
é a minha boca que te beija
afaga o breu que te engolfa
coa ternura das cegonhas
se te perde
se sangras
procuro neste labirinto
qual os corvos
e se de pássaros não souber fazer-me
faço asas de cera e busco-te no sol

let's fall together

Anônimo disse...
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