"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão."
Caio Fernando Abreu
sexta-feira, 25 de abril de 2008
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Me descubro em buraco negro.
E me suga, me engole, me seduz.
Diz-me: serei eu feita dele
ou será ele desde sempre feito em mim?
Cego, estremeço, uivo:
minha alma em rebuliço!
Mas que rebuliço!
Já és estimado, querido breu.
E se eu contasse, se assustariam?
Quem no mundo poderia se reconhecer em mim,
pois que não me reconheço?
Me perco, mergulho e sangro.
Sangro pra dentro de mim mesma desta vez;
e tomo cuidado para não exalar a putrefação.
Eu sou um labirinto.
E me suga, me engole, me seduz.
Diz-me: serei eu feita dele
ou será ele desde sempre feito em mim?
Cego, estremeço, uivo:
minha alma em rebuliço!
Mas que rebuliço!
Já és estimado, querido breu.
E se eu contasse, se assustariam?
Quem no mundo poderia se reconhecer em mim,
pois que não me reconheço?
Me perco, mergulho e sangro.
Sangro pra dentro de mim mesma desta vez;
e tomo cuidado para não exalar a putrefação.
Eu sou um labirinto.
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